Portugal Fashion: Fátima Lopes desfila simplicidade na estreia de Elsa Barreto

Porto, 23 out (Lusa) - A simplicidade de Fátima Lopes, que marca a nova estratégia da marca, encerrou o segundo dia do Portugal Fashion, que quinta-feira regressou ao Coliseu do Porto, com estreia de Elsa Barreto e coleção de rutura de Pedro Pedro.

A comemorar duas décadas de existência, o 37.º Portugal Fashion voltou a levar a moda ao Coliseu do Porto e no palco onde habitualmente há espaço para concertos, teatro, ópera ou outras artes performativas, foram as propostas dos designers para a próxima estação quente a atração principal.

Depois da semana de moda em Paris, Fátima Lopes voltou a apresentar coordenados nos quais, segundo a criadora explicou à agência Lusa, "less is more", tendo a inspiração sido "a simplicidade", numa coleção "feita para ser usada, com o seu Q de espetáculo".

"Uma coleção que começa a preto e branco e termina com um lado sofisticado e romântico. Marca a nova estratégia, completamente diferente da marca", descreveu, garantindo que as propostas foram muito bem recebidas na capital francesa.

Mas o segundo dia não foi só dedicado à consagração dos criadores, tendo sido marcado pela estreia de Elsa Barreto, que com mais de 25 anos de carreira chegou pela primeira vez ao Portugal Fashion.

"É uma coleção com inspiração na arte de uma maneira geral porque moda é arte. Inspirei-me na arquitetura, na pintura e não foi por acaso que o desfile começou em branco tal como na pintura há a tela em branco", explicou à Lusa.

De acordo com o mais recente nome do Portugal Fashion, apesar da coleção já ser vendida em vários pontos do país, a intenção é diversificar as clientes e por isso a estilista apostou numa coleção mais prêt-à-porter, e as clientes "que até aqui estavam habituadas a Elsa Barreto mais de festa, podem agora usar mais no dia-a-dia".

"Há uma expectativa muito grande de poder levar a marca lá para fora e estar no Portugal Fashion é uma mais-valia que isso aconteça. As coisas acontecem quando têm que acontecer. O facto de eu ter uma carreira já longa faz com que esta seja a altura certa para entrar no Portugal Fashion. Fez todo o sentido agora", disse.

A abrir o cartaz da moda na quinta-feira esteve Pedro Pedro, que à Lusa disse que tenta sempre que cada coleção "seja uma história e que sejam transmitidas emoções".

"Esta coleção é uma rutura com todo o trabalho que eu tenho vindo a desenvolver já que até agora brincava sempre com a ambiguidade masculino/feminino e nesta coleção achei que fazia mais sentido ser uma coisa absolutamente feminina", disse.

O criador - que regressou recentemente ao Portugal Fahion - admitiu que lhe apeteceu que a habitual rapariga das suas coleções "crescesse e se tornasse mais mulher", sendo uma proposta "muito mais sexualizada".

Anabela Baldaque levou "Em nome próprio" à passerelle do Coliseu do Porto, criadora que em jeito de comemoração de 30 anos de carreira, decidiu fazer uma "simples homenagem à marca".

"A roupa não se sobrepõe à alma de quem a veste, é importante deixar espaço para que a personalidade de cada um brilhe. Temos uma coleção fluida, romântica, divertida, que se constrói, pelos muitos vestidos longos e saias divertidas e desconstruídas", descreve.

Júlio Torcato apostou num "Tríptico" e para a próxima estação desenvolveu "três temas, como três telas, numa linguagem minimal, técnica e com expressão contemporânea": "Homem urban tailoring, mulher em ambiente dark e homem urban oversized".