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19 de set. de 2014
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Sophia Loren faz 80 anos e lança livro de memórias

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Europa Press
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19 de set. de 2014

Roma (Reuters/EP) – Sophia Loren, ícone do cinema italiano e eterna diva da beleza, faz 80 anos esta semana e vai marcar a ocasião com um livro de memórias que revela detalhes da sua vida, da pobreza ao estrelato.

Para escrever as 300 páginas de "Ontem, Hoje e Amanhã - Minha Vida Como Um Conto de Fadas” (tradução livre para o português), Loren mergulhou no que chama de “baú de lembranças” à cata de fotografias antigas, cartas e bilhetes de figuras, como Cary Grant, Frank Sinatra, Audrey Hepburn e Richard Burton, sem falar da sua alma gémea, o também italiano Marcello Mastroianni.

Sophia Loren. Foto: DR


O volume inclui muitas passagens picantes, como a ocasião em que ela deteve os avanços físicos de Marlon Brando com um olhar fulminante e aquela em que Grant sugeriu que rezassem para tomar a decisão certa por estarem apaixonados no set de filmagem.

“De repente ele (Brando) colocou as mãos em mim. Virei-me com toda a tranquilidade, bati em seu rosto e disse “Não ouse fazer isso de novo. Nunca mais!”, escreveu. “Quando o pulverizei com os olhos ele pareceu pequeno, indefeso, quase uma vítima da sua própria notoriedade. Ele nunca mais repetiu o gesto, mas foi muito difícil trabalhar com ele depois disso”.

Com Grant a história foi diferente. Os dois se apaixonaram em 1956, durante a filmagem de “Orgulho e Paixão”, quando ela só tinha 22 anos e já estava envolvida com Carlo Ponti, seu futuro marido. Grant estava com 52 anos e em seu terceiro casamento, mas pediu a mão de Loren mesmo assim.

O livro é um verdadeiro quem-é-quem do cinema mundial nos últimos 60 anos e uma crónica da vida de uma criança bastarda do sul da Itália que vagabundeava pelas ruas na infância e se tornou uma das estrelas de cinema mais glamorosas do mundo.

Seu título foi tirado da antologia cómica em três partes dirigida pelo grande Vittorio De Sica, na qual Loren interpretou três papéis diferentes. O “Amanhã” parece ser a maneira de dizer que sua carreira não acabou. O seu filme mais recente – uma adaptação de "The Human Voice", de Jean Cocteau – foi lançado este ano.

Cada ocasião em que Loren comemora uma data importante é quase um evento nacional e, em parte, um lembrete amargo de que os bons tempos que ela simbolizou terminaram. Um canal de televisão italiano está a transmitir filmes seus durante a semana como homenagem à mulher que ganhou dois Óscars, o primeiro em 1961 por seu retrato trágico de uma mãe nos tempos de guerra no clássico neo-realista de De Sica "Duas Mulheres".

Estão a ser organizadas exibições de fotografias e mesas-redondas em Itália sobre a ascensão extraordinária à fama planetária de uma adolescente pobre descoberta por um produtor de cinema, que mais tarde se casou com ela e a transformou no que um crítico chamou de maior produtor de exportação italiano depois do macarrão.

Seu encanto imperecível é tamanho que, há alguns anos, um cardeal católico brincou que, embora a clonagem seja eticamente errada, poderia abrir-se uma exceção para Loren.

O livro deve chegar a vários mercados internacionais ainda este mês, mas em Portugal não se tem ainda previsão de lançamento. Agora é esperar para conferir um pouco da vida da Diva italiana.

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