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Novello Dariella
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4 de jul. de 2018
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Virgil Abloh e Nicolas Ghesquière, a dupla vencedora da Louis Vuitton

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
4 de jul. de 2018

Da "femme française chic e moderna, apresentada em março durante a semana da moda feminina, ao desfile multiétnico e urbano revelado durante a recente semana da moda masculina, a mensagem que a Louis Vuitton passou para o mercado não poderia ser mais clara. Com Nicolas Ghesquière na direção das coleções femininas e Virgil Abloh na liderança das masculinas, a maison francesa de luxo parece não abordar mais uma audiência dividida por géneros, mas sim dois segmentos diferentes.


O novo homem da Louis Vuitton, por Virgil Abloh - © PixelFormula


Rihanna esteve presente no primeiro desfile assinado por Virgil Abloh para a principal marca da LVMH, vestida com um conjunto branco idêntico ao da coleção masculina da Louis Vuitton para a primavera-verão 2019, com carteira com monogramas brancos e transparentes, que seriam revelados durante evento. Havia dúvidas se o estilista americano nascido de pais ganeses não iria destronar Nicolas Ghesquière.

Mas, isso parece fora de questão. A marca de luxo tomou a precaução de anunciar em maio que renovou o contrato de Nicolas Ghesquière, para silenciar permanentemente as especulações sobre a possível saída do diretor artístico das suas coleções femininas. "Nicolas Ghesquière traz continuidade, enquanto a marca evolui com Virgil Abloh, à frente da moda masculina", disse na altura Luca Solca, responsável pela divisão de luxo da Exane BNP Paribas, elogiando as decisões da marca, adaptada "a um mercado em rápida evolução”.

"A nova visão de Virgil Abloh para o homem Louis Vuitton não é a de um companheiro da mulher Louis Vuitton! É claro que a marca está focada em dois mundos diferentes. Mantém o seu posicionamento hiper chic com a moda feminina e com a moda masculina espera alcançar a geração dos millennials, os milhões de seguidores de Virgil Abloh, das redes sociais ligadas à música, etc.", ressalta Stefano Matinetto, CEO da Tomorrow London Holdings Ltd, empresa especializada em distribuir e apoiar o trabalho de jovens designers.

Rihanna, Kanye West, Kim Kardashian, ASAP Rocky, Bella Hadid, Naomi Campbell, Kylie Jenner e o rapper Travis Scott foram algumas das estrelas que assistiram ao desfile do estilista ganense-americano para a Louis Vuitton, cuja marca própria, Off-White, que conquistou 4 milhões de assinantes em quatro anos, confirma essa estratégia.


A elegância parisiense da Louis Vuitton revisitada por Nicolas Ghesquière - © PixelFormula


Já não se trata de complementar o guarda-roupa feminino com a sua versão masculina. A nova estratégia da Louis Vuitton, que representa quase metade do lucro operacional da LVMH, visa um outro horizonte num mercado cada vez mais global, segmentado e competitivo. Como resultado, a marca reforçou ainda mais as suas equipas com a contratação de Francesca Amfitheatrof (ex-Tiffany), em abril, como diretora artística das suas linhas de relógios e joalharia.

"A ideia é expandir o universo da marca Louis Vuitton, a sua atratividade e, acima de tudo, o seu público. Virgil Abloh e Nicolas Ghesquière têm uma visão muito clara e cada um é muito bom no que faz. É uma mensagem muito forte”, analisa Andrew Keith, presidente das marcas chinesas Lane Crawford e Joyce Boutique. "Isso destaca, sobretudo, a elasticidade da marca e a sua capacidade de expandir os seus horizontes, apostando no seu legado, nos seus valores e noutros elementos complementares", acrescenta.

Em 1997, a escolha de Marc Jacobs como novo diretor criativo da Louis Vuitton foi considerada uma jogada bastante ousada e marcou o início de uma nova era para a marca. O designer rabiscou as famosas carteiras da marca com graffiti e ajudou a catapultar a marca para o novo milénio. Hoje, a locomotiva do império LVMH está a duplicar as suas apostas.

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